Diferentes gostos agradados por uma profissão
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Idiomar Tessaro -
O período de final de ano é lembrado pelos deliciosos doces. Hoje o leitor vai conhecer melhor a confeiteira, profissional discreta que passa parte da vida dentro de um recinto caloroso e dedica seu talento para agradar a diferentes gostos.
Iracema Lagni Bach tem 20 anos de trabalho no ramo de doces e salgados. É proprietária de uma confeitaria no centro de Quilombo, junto com a irmã Neide Lagni Montovani. Elas começaram nessa atividade com ensinamentos de uma tia, residente em Parai – Rio Grande do Sul.
Colocar a mão na massa é uma das atividades experimentadas todos os dias por Iracema. Com a aproximação das datas comemorativas, como é o caso do Natal e do Ano Novo, a encomenda de tortas e outras guloseimas aumenta. Para dar conta, junto com outras funcionárias do estabelecimento, ela começa a jornada às 3 horas. Em dias normais, o horário de início é às 5 horas.
Essa profissão não permite acomodação. Para ficarem saborosas, as receitas exigem dedicação e trabalho. “Muitas receitas tenho na memória, mas costumo colocar os ingredientes, medindo a quantidade”, explica. Os clientes são de toda a região. “Muitos amigos conhecem a gente e chamam de as doceiras de Quilombo”.
Delicadeza
Fazer alimentos saborosos demanda de paciência e zelo. A confeiteira Iracema diz que o maior trabalho é com as receitas decoradas. Ao exemplo dos bolos de casamento, trufas e brigadeiros.
“Gosto de decorar os doces para dar vida”, fala. De forma artesanal, faz diversos modelos de decorações nos doces. Há os que ganha a aparência de frutas, de rosto de criança, símbolo de time e os que lembram imagens de animais. Para a confeiteira, mais importante do que a beleza é o sabor do doce.
Segundo Iracema, o cliente gosta de comprar o produto feito no dia. “Aí a necessidade de levantar cedo para dar conta das receitas”, ressalta. Nesta época de Natal, não param de chegar pedidos para fazer tortas. “As famílias se reúnem para confraternizar e preferem tortas a outros doces”, constata.
Capacitação
Dedicar a vida para fazer o que as pessoas gostam, demanda esforço e atualização. Para conhecer tantas receitas, Iracema participou de cursos em Quilombo, Chapecó e outras cidades da região.
No entanto, a crítica da confeiteira é para a dificuldade de conseguir fazer bons cursos aqui no Oeste. “Os melhores acontecem nos grandes centros, fica difícil participar”, salienta.
Um bom ambiente
Ter um local adequado para trabalhar é essencial. No entanto, mais do que isso é ter companheirismo e um ambiente fraternal. Em meio a tantos pedidos, a equipe da confeiteira Iracema costuma distrair, com conversas e piadas. “Em dias com menos serviço, paramos depois do meio-dia até para jogar uma canastra”, diz.
É claro que o foco dessa equipe é para fazer bons doces e salgados, com o objetivo de conquistar o público. Essa missão está enraizada nas oito mulheres que trabalham na confeitaria. Para Iracema, o grupo é parecido com uma família, pois passam a maior parte do tempo juntas.
Semelhante a outras atividades, sempre tem algo não preferido. No caso da confeiteira, ela afirma não gostar de trabalhar em frente ao forno devido ao calor. Mas, o gosto pela atividade é maior do que as dificuldades. “Gosto muito do momento de bater a massa”, relata.
Matéria-prima
A farinha, o leite, os ovos, enfim, tantos outros ingredientes são matéria-prima. Quando compostos em uma receita, feita pelas “mestres da cozinha”, dispersam a mais pura sensação de vida, o prazer pelo alimento.
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